domingo, 19 de março de 2017

Precisamos falar sobre liberdade

Outro dia minha mãe disse que quem ama não desiste até conseguir ficar com a pessoa.
Será?
Precisamos desfazer essa cultura de que quem ama tem que correr atrás até conseguir, porque vocês percebem o quanto isso é doentio e o que isso pode causar?
Ok, é uma bela frase, pena que o ser humano não tem maturidade para entendê-la e compreender até que nível ela é saudável.
Até aqui você deve estar me achando uma babaca nada romântica, mas você vai me entender.
Acontece que as pessoas acreditam que precisam insistir em amores que não valem a pena, que podem te dar até 10% de alegria, mas também dá 90% de infelicidade. Podemos perceber também que as pessoas se esquecem que elas estão correndo atrás, muitas vezes se humilhando, por uma pessoa que simplesmente não quer mais, ou seja, você se machuca por nada e ainda consegue cada vez mais o desprezo da pessoa que você ama, porque qualquer um pega nojo de alguém que só enche o saco.
Eu não estou dizendo que correr atrás não seja importante, porque é, mas é preciso analisar sua situação e pensar racionalmente se vale a pena.
Como identificar se vale a pena?
Veja se a pessoa ainda te ama, saiba distinguir amor de jogo para alimentar ego, mas, principalmente, entenda que o outro tem o direito de não gostar mais, de não querer mais.
Términos acontecem á todo instante pelo mundo, e ouso dizer que com a maioria esmagadora das pessoas, porque a vida é assim, e términos são naturais, o que não é natural é uma pessoal achar que a outra deve ficar com ela só porque ela quer.
Então não se prenda em quem não te quer mais, não corra TAAANTO, porque quando você perceber, vai se dar conta de tudo que podia ter feito nesse tempo, e aí a placa de trouxa vai estar pendurada no teu pescoço. E antes que você me chame de vadia cruel, saiba que da placa de trouxa eu já sou íntima.
Deixe sempre seus sentimentos bem claros para a pessoa que você ama, peça para que a outra pessoa também deixe, seja a pessoa que gostaria que o outro fosse dentro do relacionamento, mas jamais esqueça que ninguém é obrigado a continuar.
"Ah Amanda, mas se tu insiste, o amor sempre vence."
Ok, você que encheu o saco de alguém para ficar com você acha que a pessoa simplesmente acordou um dia e pensou "puts, é verdade, amo fulaninho, vou voltar!"? Não, a pessoa só cedeu á sua pressão por não saber como lidar ou até mesmo, infelizmente, por pena. É esse relacionamento que você quer? Tem certeza?
Sinceramente, antes que você pense que eu não intendo porque nunca passei/passo, saiba que eu também não estou com a pessoa que eu amo, não porque não corri atrás, mas porque usei todos os recursos saudáveis e agora sei que não posso obrigar ninguém a ficar comigo. O outro também é gente e precisa ter sua vontade respeitada, ninguém merece estar com alguém obrigado, se for ficar, fique por amor e nada mais. Não imponha só a sua vontade, deixe que o outro tome suas decisões sozinho, não há prova de amor maior.
Quem sabe não trocamos a frase de início por "quem ama deixa claro e torce pra ser recíproco"? Dê espaço para que o outro se sinta livre para ir, se desejar, mas que saiba que se quiser, pode ficar. Amar tem a ver com querer o bem do outro, e pra isso você tem que deixar o outro ter sua autonomia para decidir até que ponto basta.
(Vou repetir sim) Exponha seus sentimentos, exponha muito, mas entenda que casa um deve decidir sozinho se vai ou se fica.
É por você e pelo outro: NÃO OBRIGUE NINGUÉM A FICAR COM VOCÊ.
Para terminar, vou contar algo que aconteceu comigo.
Certa vez eu entrei numa loja (que eu já mais diria aqui que é a Gang) e a vendedora me pressionou tanto para comprar uma blusa que eu nem tinha gostado que eu comprei só pra me ver livre dela, gastei R$99 (nunca vou me esquecer) por causa da pressão dela, e não só nunca mais voltei na loja, como passei a não recomendá-la aos meus amigos, e ainda acabei dando a blusa pra minha irmã, já que caiu muito melhor nela do que em mim.
Então cuidado, a pessoa que você ama pode ser eu, a vendedora pode ser você e a blusa, que apesar de linda não serviu pra mim, pode ser seu relacionamento.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Produto da retrospectiva mental de como tudo deu errado

Todo mundo sabe que todos os blogs que eu fiz foram ruins foram feitos para falar de sentimentos em geral, desde 'Mandy em Lugar Nenhum' com sentimentos de uma garota invisível de 15 anos (o que, na verdade, fez mais sucesso sendo acessado em vários países), até o 'Cereja Lisérgica' que acompanhou aquela parte da minha adolescência onde a gente sempre acha que é adulto mas não é, e agora o 'Vermelho-Cereja' que nada mais é que o lugar onde eu tento ser a mesma desde o primeiro blog, sem sucesso graças a fatores óbvios. A proposta dos blogs, no entanto, sempre foram de fornecer textos simples como conversas informais sobre tudo e qualquer coisa (claro que houve tentativas de poeminhas que ficaram péssimos como tudo que eu faço), e de fato escrever aqui fazia eu ter a sensação de ter tido uma longa e esclarecedora conversa com alguém (obrigada por isso).
Mas é claro, a proposta do blog já era nítida pros que acompanharam desde o começo (obrigada aos que ficaram desde os 15 aos 22 comigo), então você deve estar se perguntando o porque de eu tocar nesse assunto, e eu respondo.
Simples! Eu posso escrever daqui e você ler daí, mas a verdade é que você terminou de ler com aquele sentimento que eu chamo de "pois é", e eu terminei de escrever aqui com o mesmo sentimento de que nada no mundo mudou. Isso porque não importa o que eu viva ou que vocês lêem sobre a minha vida, nada nunca vai importar, nada sobre mim ou sobre você dirá respeito á qualquer pessoa, ao mesmo tempo que qualquer pessoa pode interpretar qualquer coisa do que você deixa transparecer.
Este texto começou a ser escrito na minha cabeça porque quando você escreve 'Cereja Lisérgica' no Google aparece praticamente só texto meu, e relendo alguns eu percebi que eu planejava uma coisa pra minha vida, e de certa forma, enquanto eu recitava minhas expectativas pra vocês, os leitores fieis torceram pra tudo isso realmente dar certo, mas a verdade é que nada do que você planeja no auge dos seus 15 anos, na sua era mais imatura, vai realmente acontecer. Então se você tem 15 anos (o que eu acho difícil), presta a atenção nas minhas expectativas que não deram certo porque podem ser as suas também.

1. Não, eu nunca vou escrever um livro porque eu não sei escrever.
2. Não, nem eu e nem ninguém nunca será inteiramente feliz com seu trabalho porque sempre haverá algo que não iremos gostar.
3. E definitivamente não tente nunca relaxar pensando que "aconteça o que acontecer, tudo dará certo no final", se você não se esforçar, não dará certo não.
4. E por fim, mas não menos importante, não haverá um John Bender levantando o braço em comemoração ao som de "Don't You" como no fim de The Breakfast Club só por ter te beijado, até porque, infelizmente, nunca seremos a "princesa", como a Clair.

É óbvio que haverão coisas na sua vida que te farão realizada e feliz, mas o que quero dizer é que os planos mudam, e ninguém nunca vai se importar com isso, a não ser - claro, e ironicamente - seus pais. E talvez você mesma não se dê conta de tudo que fez, e de tudo que abriu mão.
Também precisamos falar sobre as pessoas que no meio do caminho irão te interpretar mal, falar mal de você, pensar mal de você ou simplesmente não vão concordar com você. Aquela historinha de "não dá bola pra elas", "tudo inveja", "eles nem te conhecem" é a mais pura verdade. Não dá atenção a essas pessoas porque sempre haverá alguém que não vai gostar de você, e sabe o que elas mudam na tua vida de fato? Nada, porque você pode ser a melhor pessoa do mundo, mas se fulaninho resolveu te odiar, ele vai, e você não poderá mudar isso.

Aproveitando que citei The Breakfast Club que, por sinal é um dos meus filmes favoritos justamente por quebrar paradigmas sociais, como o valentão que fica com a patricinha, ou o esportista que se apaixona pela esquisitona antes mesmo de ocorrer aquela transformação de visual que sempre acontece, e até mesmo pelo nerd não ser representado como esquisito ou nojentão, encerro este texto com a redação do filme.

"Caro Sr. Vernon, aceitamos o fato de que nós tivemos que sacrificar um sábado inteiro na detenção pelo que fizemos de errado... o que fizemos foi errado, mas acho que você está louco por nos fazer escrever este texto dizendo-lhe o que pensamos de nós mesmos. Que te importa? Você nos enxerga como você deseja nos enxergar... Em termos mais simples e definições mais convenientes. Você nos enxerga como um cérebro, um atleta, um caso perdido, uma princesa e um criminoso. Correto? Essa é a maneira que nós nos víamos, ás sete horas desta manhã. Passamos por uma lavagem cerebral.
O Clube dos Cinco"

domingo, 16 de outubro de 2016

Pensamentos noturnos

Até os 15 anos vivi inconsequentemente minha vida, mas faz uns 6 anos que muitas noites gasto horas pensando nela. E basicamente é isso que me motiva a escrever hoje.
Fazendo uma retrospectiva rápida, não acredito ter cometido muitos erros imperdoáveis, mas coro toda vez que passo pelo imenso corredor das vergonhas, e, numa maneira de diminuir esse sentimento, assumo que tudo fazia parte da idade. Mas o que realmente me incomoda na minha vida é que eu sempre ajo de modo bobo em momentos que preciso parecer séria e madura ou até mesmo superior a alguém ou alguma situação. Fiz isso a vida toda e sei que vou continuar fazendo pro resto das primaveras que pretendo completar.
Como disse acima, não fiz maldades para pedir perdão hoje, mas peço imensas desculpas à todos que já me viram gaguejar com cara de nervosa num conjunto bobo. Peço desculpas pelas mi(bi, tri, zi)leões de vezes que me expressei mal ou que pensei na resposta só horas depois da discussão.
Contudo, me motiva saber que agi sempre com o coração, e, de certa forma, me ajuda a aceitar todas as vezes que me dei mal como parte da vida, como algo que não estava no meu controle e que serviram para formar a pessoa que sou hoje. E nessa formação, posso me sentir completa e realizada dentro do possível. Meus erros e acertos me levaram até onde estou hoje e com as pessoas que me cercam, e até mesmo o lugar de cada uma delas na minha vida, e posso dizer que sou feliz, mesmo não tendo conquistado tudo que planejei ainda.
Então, se nos meus vastos 21 anos, posso dar um conselho, eu diria que é necessário aceitar os seus erros e defeitos e defendê-los, pois eles são parte de você e te tornaram a pessoa que é.
A gente costuma muito dizer que "se pudesse voltar no tempo, consertaria muitos erros", pois eu não! Eu não mudaria nada, nem os erros, nem os desencontros, nem os mal entendidos, talvez eu escolheria ter sido uma filha melhor, mas nada além disso, porque Deus me livre de não ser quem eu sou, de não saber tudo que sei.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

[INSIRA AQUI UM TÍTULO CURTO E ROMÂNTICO]

Já tive uma paixão; Ao mesmo tempo, com outra pessoa, tive uma amizade. Da pessoa que fui apaixonada recebi flores, promessas, declarações em público e presentes maravilhosamente grandes; Do meu amigo eu recebi companheirismo.
Bem, este não é um texto para falar que amizades valem mais do que paixões, é para dizer que ás vezes o amor da nossa vida está do nosso lado sem que a gente perceba.

Hoje começa a primavera.

Pra falar a verdade, este texto é pra falar de nós!
Eu poderia escrever este texto em qualquer data ao invés de esperar por uma em especial, e foi bem isso que eu fiz. Isso porque nós não nos lembramos de nenhum número do mês que caíram as datas especiais, apenas fomos vivendo todos os dias. Isso pra nós não importa.

Mas hoje está começando a primavera.

No fundo, isso é bom, porque me dá uma margem grande pra escrever sempre que eu quiser.
A única coisa que sei é que hoje começa a primavera, e depois dela, o verão. E que foram nessas estações que tudo sempre aconteceu.
Foi entre esses meses que disse a ele que nunca precisaríamos necessariamente colocar um ponto final em cada distanciamento, que poderíamos - na cara de pau - colocar apenas um ponto e vírgula; Foi também nessa estação que ele me pediu oficialmente em namoro para satisfazer a ansiedade de todas as pessoas ao nosso redor que acreditam que essa formalidade é necessária; Foi nesse período que fomos dar voltinhas no centrinho de Cidreira; E nesse período também que comemos vários potes de sorvete sabor cassata só porque era o meu favorito; Foi por esses meses também que fomos naquela festa em que eu cheguei muito antes dele e fiquei esperando por horas e quando achei que ele não viria mais, ele me abraçou por trás, me beijou apaixonado e eu chorei; Foi num início de primavera que assistimos o Rock in Rio numa TV pequena e antiga deitados na cama de solteiro dele tapados com edredom apesar do calor; Foi em pleno verão que o milagre da nossa união se fundiu na minha barriga; E na próxima primavera nasceu a pessoa mais importante pra nós...
Eu infelizmente não tenho fotos pra ilustrar e não sei dizer com precisão a ordem dos fatos, mas não é isso que importa pra nós.
Não sermos iguais talvez tenha tornado tudo muito mais fácil. Se não fosse por ele eu não conheceria tantas bandas alternativas que quase ninguém conhece, e sem mim talvez ele não tivesse parado para assistir aos clássicos do Kubrick e do Tarantino. 
Não sabemos o que vai acontecer amanhã ou depois, e isso que é legal em nós. Não nos preocupamos se vai acabar um dia ou se vai durar pra sempre, apenas vivemos todos os dias, um dia de cada vez.
A paixão é uma barraca de acampamento, uma aventura; Mas amor é uma casa feita tijolo por tijolo presa por cimento, coberta pelo reboco e pintada de *verde sereia*.




Obrigada á todos que abriram o link e leram, no meu subconsciente isso significa que vocês não desistiram do meu talento-pouco-talentoso-e-totalmente-amador de escrever.

Até breve... talvez. 

domingo, 25 de outubro de 2015

Paralelepípedos

Vivo andando de salto agulha
Nos paralelepípedos da vida.
Vou toda torta
Improvisando pose de diva.

Vou querendo chegar no fim
Fingindo que isso não me desmotiva.
O importante, menina
É manter o sorriso no rosto
Independente de qual for o desgosto.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Chororô

Faltou as flores...
Eu só queria dizer que faltou aquelas flores que eu pedi pra tu fingir que teve a ideia sozinho e me entregar como se eu fosse o peixe certo.

Também queria lembrar que naquela noite, aquela festa sabe...
Eu só queria mesmo te lembrar que eu esteva com saudade e que a tua demora me fez perder mais da metade da festa enchendo o saco do segurança pra eu dar uma olhadinha lá na fila pra saber se tu ia demorar muito.

Pensando bem, quero lembrar também que eu odiava 90% dos filmes que tu escolhia, mas também não posso negar que aguentava teu mau gosto porque ficar 2 horas deitada no teu peito (ou brigando pela pipoca) valeu sempre a pena.

Ah, e não posso esquecer de te comentar que eu odiava teu mau gosto pra comida e a maior conquista da minha vida foi te convencer a trocar o McDonalds por Subway.

Não é pressão, mas eu achava um saco tu ser tão certinho, e odeio as palavras que tu fala errado sem perceber, e o fato de tu ter demorado 1 ano e um pouco mais pra ter comprado um jogo de lutinha pra eu poder te ganhar no video-game, ou por só beber no copo em espiral e a mania de enrolar a barra das minhas roupas.

Ainda que esteja dentro do meu limite de chororô, eu sei que eu sempre fui um pouco neurótica, ou talvez muito, e que errar é humano, e que não é tu que é certinho, minha vida que é uma bagunça, e que teus filmes não eram bons mas eram engraçados, teu atraso naquela festa pode até ser que tenha feito o reencontro ser melhor, mas a comida... ahh esse não tem desculpa. E no fundo eu não queria que tu fingisse ter ideia das flores, mas queria que tu tivesse lembrado sozinho.

Pode ser que o pior não seja ficar aqui sem tua companhia, mas aceitar que daqui pra frente não vai mais ter você aqui pra me xingar da minha bagunça, pra passar o dia na sessão de política da Livraria Cultura, ou pra me chamar de uma criatura mitológica que só é bonita nas histórias da Disney e que na verdade são más, ou pra me amar mesmo com todas as minhas frescuras e aguentar minhas crises de feiura, ou pra escolher uma roupa que esteja mais na moda pra eu usar quando eu decido que não tenho roupa pra sair.

Eu queria que no meio de alguma briga eu tivesse uma trégua pra pedir desculpa, mas deixamos passar e eu volto atrás. Uma semana depois eu volto pra ti, e isso não está certo. E na próxima briga voltamos ao passado. Acho que chega de voltas, e acho que tu concorda comigo.

O que fazer quando o amor acaba (se é que acaba)?! A fruta mais madura da árvore caiu nas nossas cabeças e concentrou nosso amor, pelo menos ele brotou e fez seguir adiante, mudou os personagens principais, mas levou adiante nosso legado de "sereia e seu pescador", ou como preferimos, esse "carma".

Era só isso mesmo que eu queria dizer.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Guerra Fria


Eu gosto do banho bem quente, e ele da água mais fria.
Ele sempre coerente e eu cheia de frases vazias.
Eu conversaria da noite até o dia, mas por ele a gente só dormia.

Ele acha que precisa me dar segurança,
Mal sabe ele que meu segundo nome é confiança.
Ele acredita no planejado, mas eu prefiro o arriscado.
Ele prefere se cuidar, e eu morrer de amar!

Ele é o tio Sam e eu sou um urso gordo
Dá pra dizer que nunca chegaremos num acordo.
Dizem que ele ganha a guerra, e eu...
Bem, há controvérsias. 
Mas deixa essa de cortesia.
Lágrimas retraídas são a minha artilharia.


“Dizem que um dos dois sempre ama mais... 
Meu Deus, quem dera não fosse eu.” 



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Amor, tem um problema...

Acho que mulheres tem problemas em entender algumas coisas, pelo menos as sentimentais, e – só pra variar – me encaixo nesse grupo!
Não, não que o problema seja as mulheres, ou eu, mas como as coisas estão. Apesar de tudo estar “certo”, não é questão do que foi falado na bebedeira de sábado passado ou a droga da casinha com cercado branco, não é toda a coisa que se move e que tem como resposta apenas o fato de ser amor, mas sim o que é quando não está sendo essa coisa.

Partindo da idéia de que tudo tem um motivo e que este motivo é seguido de um agravante, vejamos:
Talvez o início do problema seja eu não conseguir contar isso pessoalmente á parte interessada. Ok, justo! O agravante começa quando eu tenho coragem de colocar isso ao alcance do mundo inteiro mas não de contar diretamente á parte interessada. Conclui-se que o problema não é eu falar, mas a parte interessada ouvir.

[Pode ser que na conclusão do parágrafo acima eu tenha tentado tirar minha culpa. É, talvez eu tenha mesmo, mas tudo bem, eu tenho esse direito!]

Talvez o restante do problema seja por eu ser exatamente como àquelas senhoras que sempre dizem “porque quando minha intuição me diz, é batata*!”, mas não pense que isso me torna a réu, o problema em si é que a parte interessada faz despertar em mim o meu sexto sentido desconfiado, logo a culpa é da parte interessada. O agravante é o fato de eu não saber identificar sozinha ou entender bem o problema, o que me faz olhar com outros olhos para as situações casuais, com olhos de quem procura algo.
E isso tudo mostra como há certa dificuldade para as mulheres de entender algumas coisas. Veja bem: No mundo em que nós, mulheres, vivemos existem apenas duas alternativas amorosas, ou nos amamos e ficamos juntos e dedicamos um ao outro todas aquelas coisas fofas como querer estar perto o tempo todo e não parar de pensar um no outro, ou não nos amamos! Não basta amar quando se está junto, tem que amar quando se está longe e tem que fazer de tudo para estar perto. Parece possessivo, mas não é! É completamente normal e aceitável que se tenha por significado de amor a necessidade de estar junto, portanto dizer que uma mulher ama alguém é o mesmo que dizer que esta mulher tem necessidade daquela pessoa.
Pode-se entender que o problema é uma simples pergunta: “O que acontece quando meu amor não está comigo?”. Assim que identificada a pergunta se questionam as respostas, e de todas as probabilidades posso ver que a resposta não é “continua me amando”, e o agravante é que, se não é esta a resposta, então a resposta não me agrada!

Resumo da história:
Amor, tem um problema e eu ainda não consigo identificar o que é e nem sua fonte. O agravante é que, uma hora ou outra, eu vou descobrir!

*Dizer “é batata” seria o mesmo que dizer “pode ter certeza de que está certo”. 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Mensagem aos insanos

Olá, meu nome é Amanda, eu tenho 19 anos e vim mostrar minha indignação como qualquer brasileiro deveria fazer neste momento, pois eu simplesmente não aguento mais toda a injuria e desconforto causado por quem é - e eu tenho fé que seja mesmo - a real minoria, e aconselho a todos que façam o mesmo, pois é nosso direito acabar com a imposição de quem realmente prejudica nossa sociedade.
Vou ser mãe e vejo na televisão muitos candidatos á cargos políticos importantes dizerem que são "a favor da família", que dizem que uma família ideal é composta por marido, esposa e filhos. Eu não deveria me preocupar, pois tenho um noivo maravilhoso e estou esperando meu primeiro filho que é homem, portanto não sou precionada pela sociedade e nem ameaçada por candidatos que podem exercer muito poder sobre o meio em que vivo mudando assim minha vida, certo? NÃO! Eu aprendi a ser mãe e pude estruturar a minha própria família a partir dos ensinamentos que tive com minha família, ainda que não seja considerada normal.
Meu pai abandonou a mim, minha mãe e meus três irmãos quando eramos pequenos e nos deixou sem nada, nem o menor dos auxílios, passamos trabalho, até que minha mãe encontrou uma mulher que não tinha muito mais que a gente, mas tinha algo que valia muito mais que tudo: Amor! Ela amava minha mãe e assim que eu e meus irmãos fomos apresentados a ela, ela nos amou e nós amamos ela. Ela nos insentivou e todos juntos conquistamos tudo que perdemos, inclusive a segurança de se sentir em família. Vi ela passar por diversos momentos ruins com a gente, mas nunca a vi desistir de nós, enquanto vi meu pai acabar com o "modelo ideal de família" na primaira dificuldade. Agora fico pasma quando vejo as pessoas dizendo que os homossexuais não podem formar uma família, enquanto eu só pude acreditar em uma família realmente estruturada graças a um casamento gay. Essas pessoas dizem que pretendem acabar com a "minoria" gay, mas eles não pensam em como eu, meus irmãos e todos que fazem parte de uma família gay sofreria com isso. Impedir que os gays possam viver juntos seria o mesmo que destruir uma família que vive decentemente como qualquer família.
Eu tenho muito orgulho de dizer que eu tenho duas mães e digo, sem lembrar de uma vez que isso não tenha sido verdade, que as minhas mães são grandes seres humanos e que eu quero que meu filho, que está para nascer e todos os outros que eu pretendo ter, tenham sempre elas para se espelharem, pois se eu conseguir fazer minha família ser metade do que elas fizeram a delas ser, eu serei a pessoa mais grata deste mundo.
E, por fim, convido qualquer pessoa que se oponha ao casamento gay a vir passar uma tarde com a minha família, na minha casa, provar a comida deliciosa das minhas mães e conversar com elas sobre moralidade. É muito fácil se basear em pensamentos antigos e achar que sabe da verdade sem ao menos conhecer o diferente e querer impor isto aos demais. Tudo bem ter opiniões diferentes, mas não queira impor elas como regra para os outros. As leis católicas servem para os católicos, as leis evangélicas servem para os evangelicos e etc., mas as leis do Brasil servem a todos, portanto devem agradar a todos, assim como os gays não devem obrigar que os intolerantes fiquem vendo o amor deles, os intolerantes não devem obrigar os gays a não se amarem, assim como é feio ver um casal gay se beijando na rua, é feio ver um casal hetero se beijando na rua, ninguém precisa saber da intimidade de ninguém.
Então, se você é a favor da família, leve em consideração que família não é só questão de reprodução, mas é uma questão de amor.

Com muito amor, a filha de um casal gay.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Primavera

A Primavera chegou trazendo as flores e o meu amor.

Vai brotar uma linda flor.
Ainda não sei o cheiro e nem a cor,
mas sei que tem todo o meu amor.